O que impediu o coletor menstrual de ser conhecido antes? (com fotos!)

O que impediu o coletor menstrual de ser conhecido antes? (com fotos!)

A primeira coisa que pensamos quando conhecemos e experimentamos todas as vantagens dos coletores menstruais hoje é “Nossa, finalmente inventaram algo assim!”. Pois é, mas a verdade é que o coletor menstrual não foi inventado recentemente não! Os primeiros protótipos datam do ano de 1860 e em 1937 o design já se parecia bastante com que conhecemos hoje! Vamos dar uma espiada nestas transições?

As primeiros protótipos eram conhecidos como “sacos catameniais”, eles foram desenvolvidos nos Estados Unidos e patenteados entre os anos de 1860 e 1870. Estes primeiros designs foram criativos, mas a maioria nunca chegou a ser comercializado. E pelas fotos nós entendemos o motivo! A figura abaixo mostra que se tratava realmente de um saco, que era inserido na vagina e ainda assim preso em uma espécie de cinto! Uau! Alguém consegue imaginar como seria usar isso?

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Muitos outros dispositivos internos foram desenvolvidos no decorrer das décadas seguintes, desde tubos feitos de metal (metal?) até dispositivos internos que se conectavam a bolsas externas, como o exemplo da figura abaixo. Qual será o volume menstrual estimado naquela época para que fosse necessário o desenvolvimento de um dispositivo deste tamanho!? Uau! Não é a toa que estes designs nunca foram comercializados.

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Assim os anos se passaram e o primeiro coletor menstrual moderno, mais parecido com o que conhecemos hoje, foi inventado em 1935 pela americana Leona Chalmers. Ele era feito de borracha de látex e a propaganda afirmava que ele “não causaria nenhum tipo de desconforto e que as mulheres não notariam a sua presença”. Ele também permitia que as mulheres usassem roupas “finas, leves e justas” sem cintos ou alfinetes à mostra. As imagens realmente mostram um coletor menstrual muito similar ao que conhecemos hoje.

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Infelizmente a falta de borracha de látex durante a segunda guerra mundial fez com que a produção tivesse que parar. Mas Leona Chalmers não desistiu. Depois do final da guerra, em 1950, ela aperfeiçoou o design e fez um novo lançamento. Desta vez o investimento em marketing foi alto, ela enviou milhares de amostras para enfermeiras que recomendaram o uso.

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Mas o esforço de Leona esbarrava nos tabus menstruais da época. Ela não podia usar as palavras “vagina” e “menstruação” nos anúncios, por exemplo, então era difícil de explicar o que era aquele copo! Além disso, a ideia de usar uma proteção interna era um escândalo! A empresa de Leona gastou uma verdadeira fortuna em marketing, mas registou poucas vendas e desapareceu em 1963.

Os coletores menstruais voltaram em 1980 com a criação do “The Keeper”, feito de borracha de látex e ainda vendido hoje. E no início do século 21 o silicone medicinal foi introduzido no design dos coletores menstruais com grande sucesso, já que este material proporcionava um uso livre de alergias. No Brasil os coletores menstruais só começaram a se tornar populares em 2015.

Em 2013 começou a história da Korui e em 2016 o coletor Korui foi lançado, feito em silicone medicinal e com design único. Diferente de outros modelos, o coletor Korui tem silicone aveludado, haste flexível para um uso com maior conforto, ranhuras na base e na haste para facilitar a retirada e um formato mais curto para se adaptar a todos as posições do colo do útero.

Hoje o coletor menstrual está sendo muito bem aceito. Mas é difícil pensar que foi o tabu menstrual que privou as mulheres da liberdade que ele proporciona durante tantos anos! E será que o tabu acabou? Sabia que o facebook ainda proíbe a palavra “vagina” nos anúncios do coletor menstrual?

Diga NÃO ao tabu da menstruação e SIM à liberdade do coletor menstrual!

O que você achou da história dos coletores menstruais? O que podemos aprender com ela? Deixe um comentário e divida sua opinião com a gente! 🙂

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Além disso, somos engajados no combate à pobreza menstrual. Criamos o projeto Dona do Meu Fluxo, que leva educação e coletores menstruais para mulheres em situação de vulnerabilidade social, que muitas vezes usam miolo de pão para conter a menstruação. Nossos copinhos duram muitos anos, o que não apenas traz liberdade, mas saúde, confiança e dignidade. 💪❤️

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