Maquiagem, skincare, cuidados com os cabelos… tudo isso faz parte da nossa rotina diária de beleza e autocuidado.
No entanto, a presença de produtos químicos nocivos em cosméticos está associada a vários problemas para a saúde humana, além de trazer prejuízos para o meio ambiente.
Quer saber se seus produtos de beleza são seguros? Neste artigo, listamos os 10 ingredientes mais comuns em produtos que podem ser nocivos à nossa saúde.
Por que é importante saber a composição dos cosméticos?
Antes de começarmos, é importante lembrar que tudo o que colocamos em contato com nosso corpo merece uma atenção especial. E esses são alguns dos motivos para você investigar do que são feitos os seus cosméticos favoritos:
- Saúde: muitos produtos de cuidados pessoais contêm químicos potencialmente prejudiciais à saúde. Ler a composição também ajuda a identificar ingredientes que causem alergias no seu corpo.
- Preocupações éticas: você pode ainda analisar se um produto contém ingredientes alinhados aos seus valores, como no caso de produtos livres de crueldade animal e veganos.
- Meio ambiente: muitos produtos podem ter um impacto negativo no meio ambiente. Na hora da compra, você pode optar por alternativas mais ecológicas que fazem bem para você e para o planeta.
Sulfatos
Os sulfatos mais comuns em cosméticos são o lauril sulfato de sódio (SLS) e o lauril éter sulfato de sódio (SLES), presentes em shampoos, sabonetes líquidos, limpadores faciais e cremes dentais.
Eles atuam como surfactantes – ou detergentes – porque se ligam à gordura e à sujeira, removendo-os da superfície. Os sulfatos também são responsáveis por formar espuma, com o intuito de tornar o produto mais atraente ao consumidor.
No entanto, muitas pessoas podem ser sensíveis a esses químicos, apresentando irritações ou reações alérgicas na pele e no couro cabeludo. Isso acontece porque os sulfatos agem de modo agressivo removendo os óleos naturais que protegem a nossa pele.
Por isso, prefira sabonetes e shampoos sólidos que sejam livres desses ingredientes. E vale destacar que fazer espuma não é sinônimo de limpeza, viu? Portanto, produtos sem sulfato pode ser igualmente eficazes sem precisar fazer aquela espuma toda.
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Parabenos
Os parabenos atuam como como conservantes, prevenindo o crescimento de bactérias e fungos nos cosméticos. Embora sejam usados em larga escala, esses químicos têm sido associados a riscos à saúde.
Um deles é a desregulação endócrina. Os parabenos poderiam “imitar” a atividade do estrogênio no corpo e interferir no sistema endócrino, que regula os nossos hormônios. Outro efeito adverso são as irritações e alergias que a substância pode provocar na pele.
Os parabenos também podem ser nocivos ao meio ambiente. Quando descem pelo ralo, entram nos cursos de água e acabam prejudicando os organismos aquáticos.
Felizmente, existem muitas alternativas disponíveis no mercado que usam conservantes naturais ou outros conservantes sintéticos considerados mais seguros.
Triclosan
O triclosan é comumente usado como agente antibacteriano em produtos de higiene pessoal, como sabonetes, creme dental e desodorantes. Embora as marcas afirmem que baixas concentrações do químico sejam seguras, há uma preocupação crescente sobre seus possíveis efeitos.
O uso excessivo da substância pode contribuir para o desenvolvimento de bactérias mais resistentes a antibióticos. Outro possível dano à saúde, é a desregulação hormonal e sua associação a problemas reprodutivos e na tireoide.
Na natureza, o triclosan não é retido pelas estações de tratamento de água e pode se acumular no meio ambiente prejudicando o sistema endócrino e a reprodução de organismos aquáticos, segundo estudos.
Devido a essas preocupações, muitas empresas começaram a remover o triclosan de seus produtos. Como o problema tem ganhado cada vez mais atenção, alguns países já restringiram ou até mesmo proibiram o uso da substância.
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Ftalatos
Você facilmente encontrará ftalatos em perfumes, sprays de cabelo e loções, pois eles ajudam na fixação dos perfumes. Esses químicos também estão presentes nos esmaltes para dar brilho e cor.
Porém, pesquisas apontam que os ftalatos também agem como desreguladores endócrinos e podem prejudicar o funcionamento de múltiplos órgãos. Isso pode trazer impactos negativos na gravidez, no desenvolvimento infantil e nos sistemas reprodutivos. Além disso, eles são classificados pela Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC) como possivelmente carcinogênicos para humanos (grupo 2B).
Os ftalatos também causam prejuízos aos animais, podendo levar à infertilidade e problemas reprodutivos. Além de estarem presentes nos cosméticos, esses químicos fazem parte de vários produtos descartáveis, como copos e absorventes. Por isso é tão importante reduzirmos o consumo de plástico no dia a dia.
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Assim como outras substâncias, o uso de ftalatos em cosméticos já é proibido em vários países. No Brasil, a Anvisa já vetou alguns ftalatos nesses produtos. Porém, o ftalato de dibutila, por exemplo, ainda tem seu uso autorizado em esmaltes na concentração de até 15%.
Silicones
Silicones são usados em produtos de beleza para proporcionar uma sensação suave, seja nos hidratantes corporais ou nos condicionadores para deixar os cabelos sedosos.
Mas não se engane. Os silicones apenas criam uma falsa sensação de hidratação, pois não fornecem nenhum tipo de nutrição. Em vez disso, eles apenas criam uma barreira que impede que a umidade entre ou saia. Sendo assim, os silicones tendem a se acumular no cabelo e na pele, deixando-os com aquele aspecto oleoso.
Uma saída é substituí-los por produtos com ingredientes à base de plantas que são mais gentis e realmente nutritivos para a saúde dos cabelos e da pele.
E pra completar, os silicones não são biodegradáveis, o que significa que irão persistir no meio ambiente por muito tempo.
Petrolatos
Como o próprio nome já diz, os petrolatos são derivados do petróleo encontrados nos rótulos com os seguintes nomes: petróleo (petroleum oil), vaselina (petrolatum ou petroleum Jelly) parafina sólida ou cera mineral (paraffin), parafina líquida (paraffinum liquidum) e óleo mineral (mineral oil).
Muito comum em produtos para cabelo e para a pele, protetores labiais e batons. Eles formam uma espécie de filme que cria uma barreira que impede a evaporação da umidade natural do corpo.
No entanto, como o petrolato não penetra na pele, ele apenas forma uma barreira física, sem tratar diretamente as causas da pele seca. Se esse for o seu caso, talvez você prefira produtos sem derivados de petróleo. Uma alternativa são os que contém óleos vegetais, que têm efeitos de tratamento e promovem a hidratação de fato.
Um dos riscos dos petrolatos é a contaminação durante o seu processo de refinamento por hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (HAPs) que são associados ao câncer pelo IARC (Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer).
Outro fator negativo, é que a sua extração e refino são altamente poluentes. Além disso, eles não se degradam e se acumulam no solo e na água prejudicando o meio ambiente.
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Fragrâncias
O que será que um produto quer dizer com a palavra “fragrância”? Geralmente, esse termo é usado como um eufemismo para ingredientes não seguros. Por trás dessa única palavra, as marcas podem ocultar suas misturas de compostos químicos, que podem chegar a 5 mil ingredientes!
Portanto, quando você lê “fragrância” no rótulo, pode não saber o que há nessa mistura de fato. O maior risco relacionado a esse ingrediente cheio de químicos é que ele pode ser altamente irritante e causar reações alérgicas na pele ou no sistema respiratório.
Outro problema, é o impacto ambiental. Muitas fragrâncias são feitas de produtos químicos sintéticos derivados do petróleo, cuja produção polui o ar e a água, contribuindo para a crise climática. Além disso, as fragrâncias em produtos de higiene pessoal podem ser lavadas e acabar em cursos d’água, onde podem prejudicar a vida selvagem.
Prefira produtos sem fragrâncias ou perfumes artificiais. Uma alternativa são os produtos que contam com óleos essenciais extraídos da natureza para dar aquele cheirinho agradável.
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Oxibenzona e octinoxate
A oxibenzona e o octinoxate são dois dos ingredientes mais populares em protetores solares químicos, ou seja, aqueles que dependem de uma reação química para proteger a pele dos raios solares.
Alguns estudos preliminares sugerem que essas substâncias podem ter um impacto nas glândulas do corpo que produzem hormônios, relacionando-o a níveis mais baixos de testosterona em adolescentes, por exemplo.
Mas talvez o problema mais famoso da oxibenzona e octinoxate seja o branqueamento e destruição dos recifes de corais. Os corais branqueiam quando expelem as algas que vivem dentro deles, perdendo assim uma valiosa fonte de nutrição. O problema é tão grave que o Havaí já proibiu o uso de protetores solares com esses ingredientes.
Uma alternativa, é usar protetores solares minerais em vez de filtros solares químicos. Eles contêm ingredientes alternativos como óxido de zinco e dióxido de titânio, que são eficazes na proteção da pele e geram menor impacto ambiental.
Formaldeídos
O formaldeído e os conservantes liberadores de formaldeído são usados em maquiagens, esmaltes, sabonetes, shampoos e alisadores de cabelo. Eles são geralmente usados para prevenir a formação de bactérias.
As reações relacionadas a esse ingredientes incluem irritações nos olhos, dificuldade de respirar, dores de cabeça e erupções cutâneas. E, assim como outros químicos, a IARC (Agência Internacional de Pesquisa sobre Câncer) também classificou o formaldeído como um produto carcinogênico.
No planeta, o formaldeído liberado durante sua produção, uso e descarte pode contribuir principalmente para a poluição atmosférica.
Outros nomes utilizados para os formaldeídos são: quaternium-15, dmdm hydantoin, imidazolidinyl urea, diazolidinyl urea, polyoxymethylene urea, sodium hydroxymethylglycinate, 2-bromo-2-nitropropane-1,3-diol (bromopol) e glyoxal.
Microplástico
Da partícula de glitter na sombra até as microesferas do seu creme esfoliante ou pasta de dente. Esses são alguns exemplos de como o microplástico está presente em muitos cosméticos. Seu uso tem como objetivo melhorar a textura, adicionando viscosidade ou abrasão ao produto.
Com tamanho igual ou inferior a 5 mm, essas micropartículas de plástico contribuem para um problema ambiental sem precedentes. Os resíduos plásticos chegam aos cursos d’água e vão parar na cadeia alimentar de animais aquáticos e também na dieta humana. O microplástico é encontrado até mesmo na água que bebemos!
Os efeitos do microplástico na nossa saúde ainda não foram profundamente estudados, mas a ideia de ter plástico dentro do nosso corpo não parece nada boa, né? Essas partículas poderiam sujeitar o ser humano a intoxicações, já que o plástico atrai e libera substâncias químicas que alteram o funcionamento de organismos vivos.
Muitas empresas já têm buscado ingredientes sustentáveis alternativos, como derivados de sementes, celulose e frutos secos. Para evitar produtos com microplástico, é só procurar por ingredientes que contenham o termo “poly”, como Polyethylene/Polietileno (PE), Polypropylene/Polipropileno (PP), Polymethyl methacrylate/polimetilmetacrilato (PMMA), Polyurethane/Poliuretano e Nylon (PA).
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Onde encontrar cosméticos seguros?
O primeiro passo para desintoxicar sua rotina de beleza é criar o hábito de ler os rótulos das embalagens e evitar o uso de produtos que contenham os ingredientes que discutimos acima.
Mas não se preocupe! Encontrar produtos livres desses químicos agressivos é mais fácil do que parece.
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