Sim! No mês da visibilidade menstrual vamos explicar porque esta pauta é tão importante! Vem cá descobrir.
O que é Visibilidade Menstrual?
Em 2014 a Organização das Nações Unidas – ONU, reconheceu nosso direito à higiene menstrual como uma questão de saúde pública e de direitos humanos. Desde então, o dia 28 de maio é celebrado como o Dia Mundial da Higiene Menstrual, sendo incluído na programação do Mês da Visibilidade Menstrual, que também ocorre em maio.
Este é um movimento que acontece no mundo todo, e tem como propósito trazer pra conversa temas relacionados a nossa menstruação: saúde íntima, higiene, autoconhecimento, empoderamento e visibilidade, entre outros tópicos.
Aproximadamente 30% da população do Brasil menstrua, entre meninas, mulheres, homens trans, pessoas não binárias e intersexuais em diversas idades e condições econômicas. 23% dessas pessoas são prejudicadas diariamente por falta de acesso ao saneamento básico, a produtos menstruais de qualidade e a higiene pessoal.
Pobreza Menstrual – porque precisamos combatê-la
Faltar a aula ou ao trabalho porque a menstruação desceu: já aconteceu com você ou com alguém que você conhece? Bom, esse é o exemplo mais comum de pobreza menstrual. Isso porque o acesso a diversas oportunidades é limitado, de acordo com o ciclo menstrual, pela falta de higiene e produtos menstruais – que também deveriam ser considerados básicos a qualquer ser humano que menstrua – sejam meninas, menines, mulheres e pessoas com útero.
Precisamos falar e combater a pobreza menstrual justamente porque normalizá-la significa contribuir para um mundo mais desigual.
No Brasil, a estimativa é que quase 1 a cada 4 adolescentes, entre 15 e 17 anos não tenha condições financeiras pra adquirir produtos seguros para usar durante a menstruação. Como resultado, as pessoas acabam recorrendo a maneiras “alternativas” para lidar com a menstruação, incluindo jornal, miolo de pão e até a reutilização de absorventes descartáveis. Além de ser extremamente prejudicial à saúde, essa situação causa vulnerabilidade e insegurança, afastando jovens das escolas e aumentando ainda mais a desigualdade entre pessoas que menstruam e não menstruam.
Fora a questão financeira, há também a carência de saneamento básico que atinge 1,6 milhões de pessoas, segundo a ONG Trata Brasil. Com a higiene prejudicada, a proliferação de doenças cresce. E quando o assunto é doenças nas partes íntimas, sabemos que pessoas com vagina acabam sendo mais sensíveis e vulneráveis.
Por isso é tão importante que a gente lute para que a menstruação seja tratada como uma questão de saúde pública, conforme estipulou a ONU há quase dez anos. Mas nós podemos fazer parte dessa mudança!
O que posso fazer para combater a pobreza menstrual?
O primeiro passo para lutarmos contra a pobreza menstrual é normalizar a menstruação! Disfarçar para ir ao banheiro, falar baixinho quando for dizer “minha menstruação desceu” ou deixar de fazer qualquer atividade por estarmos no ciclo é algo que podemos dizer adeus! Já era hora, né?!
Afinal, alcançamos a Lua e ainda não conseguimos falar abertamente sobre sangue menstrual. Então bora deixar a vergonha de lado: menstruar é natural e faz parte da saúde do corpo.
Isso significa dialogar sobre o que é e como é menstruar, sem glamour mas também sem menosprezar nossas experiências e sensações. Só a gente sabe o que é experienciar os ciclos, e ele é único para cada um.
Algo que está ao nosso alcance é buscar informações de qualidade sobre nosso corpo. É importantíssimo sempre confirmar uma informação antes de sair falando por aí, e também averiguar as fontes, evitando assim o incentivo aos tabus.
Quando buscamos e compartilhamos informações com base científica, contribuímos pra tornar o mundo mais seguro pra todas as pessoas que menstruam, além de desmistificar um grande imaginário de superstições, achismos e inverdades. É do nosso poder, e nossa papel, trazer esse assunto à tona com naturalidade, mas acolhendo quem vive hoje, assim como as pessoas que viveram sua menstruação a partir de concepções errôneas.
Também podemos incentivar políticas públicas para ampliar a dignidade menstrual, sobrando nossos mais diversos governantes de projetos que assegurem nosso direito básico humanitário a produtos de higiene menstrual.
A menstruação se torna um limitante quando não possibilita esse mínimo acesso. A consciência do seu próprio corpo. Não ter essa autonomia do corpo também é uma condição de pobreza menstrual.
Você já conhece o projeto Dona do Meu Fluxo?
Dona do Meu Fluxo é uma iniciativa que combate a pobreza menstrual criada pela Korui em parceria com a Raízes Desenvolvimento Sustentável, e seu objetivo é doar 1 coletor menstrual a cada 10 coletores vendidos, promovendo também iniciativas sustentáveis a longo prazo.
Você pode saber mais sobre o projeto social.
O assunto de visibilidade menstrual é bem abrangente, e a gente escreveu um pouco mais sobre pobreza menstrual nesse blog.
Acima de tudo, o que é mais significativo quando falamos de Visibilidade Menstrual é o acolhimento para com outras pessoas que menstruam! Vamos compartilhar e ouvir nossas dores e experiências, vamos conversar e entender como podemos nos dar suporte emocional e até material quando necessário, e juntas e juntes entender que podemos deixar nosso sangue ser visto.
