Quando você pensa em anticoncepcional aposto que logo vem na sua cabeça a imagem daquela cartelinha cheia de comprimidos, acertei? A pílula anticoncepcional costuma ser a primeira escolha para muitas pessoas. Mas você sabia que cada vez mais elas estão sendo substituídas por alternativas não hormonais?
Essa tendência é explicada pela busca de um estilo de vida mais natural e também pelo aumento do autoconhecimento feminino. Os anticoncepcionais hormonais (como é o caso da pílula) costumam gerar incômodos e estão sendo cada vez mais associados à problemas de saúde. Entretanto, a transição de um método para outro requer alguns cuidados. Quer saber mais? A gente te explica como cada um desses métodos funciona.
QUAIS OS TIPOS DE ANTICONCEPCIONAIS DISPONÍVEIS?
Há 3 categoriais de anticoncepcionais: hormonais, de barreira e naturais.
O método hormonal, como o próprio nome já diz, faz uso de hormônios para evitar uma possível gravidez. Os mais comuns são a pílula, a injeção, o anel vaginal, o adesivo e o DIU Mirena. Quando usados corretamente, os anticoncepcionais hormonais tem uma alta eficácia.
Os métodos de barreira consistem em impedir a passagem do esperma. A camisinha, masculina ou feminina, possui ótima eficácia quando usada corretamente. Outro exemplo é o DIU de cobre, que é tão eficaz quanto os anticoncepcionais hormonais.
Já os métodos naturais requerem uma alta disciplina e tem uma baixa eficácia quando comparados à outros métodos. A tabelinha e a observação do muco cervical e da temperatura basal são alguns exemplos.
TOMAR PÍLULA ANTICONCEPCIONAL FAZ MAL?
A pílula anticoncepcional tem uma importância histórica enorme! Ela foi um símbolo de libertação e independência para as mulheres. Entretanto, mesmo com a modernização desse tipo de medicamento ao longo dos anos, não são raros os casos de complicações devido ao uso do anticoncepcional hormonal. Deste modo, muito se tem argumentado sobre até que ponto a indústria farmacêutica tem sido transparente em relação às reações adversas dos contraceptivos hormonais.
Por esse motivo, tem crescido a busca por métodos não-hormonais. Cada vez mais quem faz uso de anticoncepcional tem se informado sobre alternativas que vão além da famosa pílula. E basta uma busca na internet pra notar que existe uma ampla variedade de alternativas não-hormonais! Tem para todos os gostos, hábitos e perfis! Mas lembre-se! Se você estiver pensando em parar com o método hormonal, vale a pena se informar e verificar junto ao seu ginecologista qual anticoncepcional sem hormônio vale mais a pena para o seu caso, ok?
OS MÉTODOS NÃO HORMONAIS SÃO MENOS SEGUROS?
Depende do método. Alguns são tão eficazes quanto o anticoncepcional hormonal, como é o caso da camisinha e do DIU de cobre. Outros, por requererem um alto nível de controle e disciplina, podem ter eficácia mais reduzida.
A dica é, sempre que possível, tentar associar métodos. Assim você aumenta as chances de prevenir uma possível gravidez. Essa dica é válida inclusive para quem faz uso do anticoncepcional hormonal.
O uso de algum método anticoncepcional associado à camisinha é um exemplo de combinação que ajuda a aumentar a taxa de eficácia. Isso sem contar que a camisinha é o único método capaz de prevenir DSTs. Falando nisso, os profissionais de saúde tem alertado para o aumento dos casos de sífilis, hepatite B e HIV no Brasil, por isso o uso da camisinha é sempre recomendado.
QUEM PODE USAR OS MÉTODOS NÃO HORMONAIS?
Muitas pessoas não se adaptam ao anticoncepcional hormonal, sofrendo com as reações adversas causadas por essas medicações. Os incômodos mais comuns são náusea, dor de cabeça e diminuição da libido. Nesses casos, um método não hormonal pode ser a solução.
Alguns problemas de saúde podem ser agravados com esses medicamentos, então algumas pessoas não podem usar os métodos hormonais de jeito nenhum!
E ainda há quem torça o nariz para o anticoncepcional hormonal, considerando-o muito artificial e perigoso. Nesses casos, a pessoa busca um método contraceptivo que se adapte ao seu estilo de vida mais natural.
Para todas essas pessoas, existem vários métodos contraceptivos que não possuem hormônios e que podem se adaptar ao perfil de cada uma. Vale a pena conversar com o seu médico para que vocês possam escolher juntos a melhor alternativa.
QUAIS SÃO OS MÉTODOS NÃO HORMONAIS?
1. Camisinha masculina
Além de contraceptivo, oferece proteção contra doenças sexualmente transmissíveis. É a principal escolha para quem quer associar algum outro método anticoncepcional e aumentar a taxa de eficácia. Tem a vantagem de ser super barata, além de poder ser adquirida gratuitamente no SUS.
Muitas vezes na hora da relação sexual a colocação da camisinha é um fator contra, mas ainda assim tem a vantagem de ser o método de barreira mais fácil de ser colocado.
2. Camisinha feminina
Tem taxa de eficácia semelhante à camisinha masculina e também previne DSTs. Seu uso ainda é pouco difundido, talvez pelo fato de muitas mulheres ainda não estarem acostumadas a se tocar e a entender seu corpo. Muitas vezes pode ser difícil de ser encontrada nas farmácias, além de ser 4 vezes mais cara que a camisinha masculina.
Seu uso requer um pouco de prática e familiaridade com o próprio corpo. Pode ser colocado até 8h antes do sexo. Possui um anel externo que em algumas mulheres proporciona uma estimulação extra. Ueba! ;D
3. Diafragma
É um método de barreira colocado no fundo da vagina e precisa ter o tamanho exato do colo do útero para que ele não se mova e não perca sua eficácia. Possui taxa de prevenção à gravidez menor. Seu uso deve ser combinado ao espermicida. Não previne DSTs.
É necessário um exame pélvico antes de iniciar o seu uso. O profissional de saúde deverá te ajudar a escolher o tamanho do diafragma que se ajuste certinho ao seu corpo. Por ser reutilizável, requer uma certa manutenção e cuidado. Para quem procura algo mais prático talvez essa não seja a melhor opção.
4. DIU de cobre
É um dispositivo de cobre colocado no útero. Tem ação espermicida intrauterina, impedindo que o espermatozóide chegue ao óvulo. Sua eficácia é superior a 99% e possui uma proteção de longo prazo contra gravidez, podendo ser usado por até 10 anos. Precisa ser colocado por um profissional de saúde e pode ser feito pelo SUS. Uma vez colocado, não exige praticamente nenhuma manutenção. Pra quem é esquecida e quer uma opção prática e muito eficaz pode ser uma boa opção.
Pode ser utilizado desde a adolescência até a menopausa. Além disso, pode ser usado por mulheres que estão amamentando sem interferir na qualidade do leite materno.
Algumas mudanças na menstruação são comuns nos primeiro 3 a 6 meses de adaptação do DIU. Sangramentos mais longos e intensos e mais cólicas durante a menstruação são os relatos mais comuns. Devido à esse possível aumento do fluxo, não é recomendado para pessoas com anemia severa. Vale lembrar que o DIU não previne DSTs.
5. Temperatura basal
É um método com baixa eficácia quando comparado aos citados anteriormente, por isso deve ser associado com outro anticoncepcional mais seguro. Após o período fértil, a temperatura do corpo sobe entre 0,3ºC e 0,8ºC. Esse método natural consiste em medir a temperatura para entender se é um período de maior risco de gravidez. A temperatura pode variar por motivos externos ao nosso corpo, como o clima, tornando essa técnica pouco eficiente. Também não previne DSTs.
6. Tabelinha
É um método natural e de baixa eficácia. Na metade do ciclo ocorre o dia mais fértil do período menstrual, portanto quem menstrua de 28 em 28 dias tem o período mais fértil no dia 14. Depois de identificar essa data, conta-se três dias antes e três depois. Nesse período, deve-se evitar relações sexuais desprotegidas.
Apesar de ser pouco eficaz para evitar a gravidez, é um boa técnica para quem deseja monitorar melhor o seu ciclo. Aqui no blog já mostramos alguns aplicativos que ajudam a acompanhar o seu ciclo menstrual. E também mostramos como o muco cervical pode te ajudar a identificar em qual fase do ciclo você está. A tabelinha também não previne DSTs.
QUERO PARAR COM O MEU ANTICONCEPCIONAL HORMONAL, O QUE DEVO FAZER?
Antes de parar com a pílula ou qualquer outro método hormonal, é importante que você pesquise sobre cada uma das alternativas não hormonais e converse com o seu médico para que ele possa te orientar nesse processo.
Cada caso é um caso, por isso o acompanhamento de um profissional de saúde é fundamental para que juntos vocês possam colocar na balança as vantagens e desvantagens de cada método. É muito importante que você explique ao seu médico o motivo da sua escolha por um método não hormonal, assim ele vai entender melhor as suas necessidades, analisar o seu histórico e recomendar o anticoncepcional ideal para você.
Com tantas alternativas disponíveis, ninguém precisa se sentir desconfortável com os métodos contraceptivos utilizados, pelo contrário! A escolha do melhor método anticoncepcional deve ser algo que te faça sentir segura e confiante.
Por isso, informe-se! Sinta seu corpo e relate ao seu médico possíveis incômodos, para que juntos possam discutir as melhores possibilidades para o seu corpo. 😉
Agora a gente quer saber! Você usa ou já usou algum método não hormonal? Tem vontade de mudar para algum deles? Não perde tempo e compartilha com as manas! 😀
2 comentários
Quero usar método tabelinha mais não sei como
Quero parar com anticoncepcional